Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Fábula da bruxa e da abóbora


Vêm bruxas a voar
Do outro lado do mar
Com chapéus e roupas pretas
Nos vêm impingir tretas.
Nova espécie de cultura
Do lucro que mais factura.


"Vamos vender-lhes abóboras
O povo já está de cócoras
E aceita tudo o que vê
Nos jornais e na TV".


Uma invasão cultural
Contagia o pessoal
Ao mesmo tempo que rende
Com tudo aquilo que vende.
Ninguém suspeita de nada
E eles, pela calada
Usurpam as tradições
E demais comemorações.
Um dia virá então
em que com fome e sem pão
Quereis abóbora p'rá sopa
Mas não encontrais na roupa,
Nos bolsos, nem na carteira
Dinheiro, que a roubalheira
Já vos levou o tesouro:
As abóboras valem ouro.


Não tendo como pagar
Para a fome mitigar
Só vos resta ajuda externa
E dependência eterna.
Mem Martins, 1/11/2012