Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Expatriado

Sou um expatriado da minha própria cidade. Ou melhor, um auto expatriado. Eles até me querem lá. A 4,30€ cada ida (e volta), eles querem que eu vá lá muitas vezes, eu é que não lhes faço a vontade. Sem contar com 1,40€ por cada viagem de metro, se tiver que me deslocar dentro da cidade.
Como diria um amigo já falecido, estes valores parecem o trespasse do estabelecimento, mas não, são apenas os preços de bilhetes de transportes.
Na minha ignorância ia a acrescentar “públicos”, mas é claro que é uma grande mentira, estes preços não têm nada de públicos, servem apenas para alimentar muita ganância privada. Preços de transportes verdadeiramente públicos são os praticados em Tallinn (se não sabem e querem saber, procurem na net, não posso contar tudo).
Cada ida tem de ser bem planeada de forma a maximizar o desempenho, minimizando os custos operacionais. Estivesse eu dentro de um fato e de uma gravata, pareceria um ministro a falar diante das câmaras de televisão e isto que escrevi seria uma verdade inquestionável, assim em calças de ganga e com a fralda da camisa de fora ninguém me leva a sério.
Tinha vários assuntos para tratar em Lisboa, todos eles adiáveis, nada de muito importante. Aproveitando o convite para a inauguração de uma exposição de fotografia, resolvi pôr-me a caminho a seguir ao almoço por forma a tentar fazer tudo o que tinha para fazer.

Como já devem ter percebido, esta conversa toda serve para dizer que fui a uma exposição de fotografia. Pois é verdade, chegámos à parte importante da história. Através de um amigo comum, recebi um convite para a inauguração da exposição “Máscaras de Veneza”, de Luis Ascenso.
Surpreendeu-me a qualidade das fotos, a riqueza de pormenores, a imensa variedade de cores e tons, e acima de tudo, o enquadramento histórico, apreendido na explicação dada pelo autor, o qual desconhecia por completo.
O mínimo que posso fazer é recomendar a visita a quem gostar de fotografia. Está exposta na loja Colorfoto na Av. da Igreja, nº 39 em Lisboa, de 4 a 28 de Fevereiro de 2013.
Ao autor apresento as minhas felicitações e votos de sucesso neste e em futuros eventos.

Dito isto, resta-me apanhar o metro e o comboio de regresso a casa, que os gestores, os administradores, os presidentes, os vice-presidentes, os presidentes não executivos, os vogais, os secretários, os sub-secretários, os assessores, os adjuntos, os assessores-adjuntos, os adjuntos de assessores, precisam de Sobre-viver, coitados (de nós).