Nunca
tinha ouvido este nome. Desconhecia totalmente a existência desta personagem.
Mas ontem falaram-me dela, a propósito de um poema.
Procurei
na net e encontrei múltiplas referências a uma escultora com este nome. Não sei
se é a mesma pessoa que procuro ou apenas alguém com o nome igual, pois não
encontrei referência nenhuma a poemas escritos por esta senhora.
Abri uma
das páginas que me apareceram e devo ter ficado um minuto pelo menos
embasbacado a olhar para a foto da escultora. É completamente absurdo eu falar
e escrever sobre isto mas vou fazê-lo.
Eu
conhecia aqueles lábios. Ou melhor, conhecia lábios como aqueles. Fiquei
fascinado pela fotografia. E no meio de uma imagem banal o que para mim sobressaia
eram os lábios. De alguém que eu não conhecia, de quem nunca tinha ouvido
falar, que não sabia quem era.
Depois
li a sua história. O fascínio transformou-se em admiração. Até que finalmente
compreendi aqueles lábios. Os lábios da loucura.
Nunca
me tinha dado para fazer associações de ideias deste género, mas esta não consegui
deixar passar em claro.
Eu
conheço lábios como aqueles, e temo pela sua loucura.
Tenho que fazer uma correcção. Disse imagem banal, mas não quero tirar o mérito à fotografia, que acho extraordinária. Banal no sentido de que à primeira vista é simples, um vulgar retrato. Olhando bem, para mim não é, tem muito que contar aquela foto.