Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
Espelho meu
E depois sabes, há aquela sensação estranha de estarmos a ser observados, de saber, ou pressentir que as pessoas não tiram os olhos de nós.
No fundo, espelho meu, não vêm nada, observam apenas o seu próprio reflexo e julgam encontrar algo nunca visto.
Até certo ponto estão certos porque cada momento é único e irrepetível. Mas quanto ao resto, como se enganam.
Há os que procuram por alguma diferença, algo de melhor hoje do que ontem, esquecendo que as suas rotineiras vidas, as suas acções monocórdicas e repetitivas apenas produzem resultados iguais aos que produziram.
Há os que anseiam manter-se iguais, que olham a medo temendo encontrar traços da passagem do tempo, enganando-se a si próprios por querem interromper a marcha do relógio e do calendário.
Sabes, espelho meu, hoje olhei-te e achei graça à forma como olhaste para mim. Parecia que estavas com pena de mim. Não tenhas, pois nem eu tenho.