Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Retalhos da periferia


"...O triste retrato da morte
Estampa o Jornal O Dia
Ao lado do riso da sorte
De quem ganhou na Loteria..."
Alcione, Retalhos

As casas perderam a cor e a vida definhou. Ou será ao contrário?


A ordem  não interessa, O que interessa mesmo é que as casa perderam a cor e a vida definhou.

A ordem não interessa, porque um dia virá a desordem.
As casas, cinzentas como a tinta dos decretos que as condenaram a desaparecer, permanecem como guardiãs de um tempo que teima em manter-se na memória das gentes.

Lá longe, sob as luzes de neon, correm outras vidas de outros tempos. Tão efémeras e tão dependentes das luzes de neon, e do rádio que lhes diga o que ouvir, o que gostar, o que pensar, de que se rir.
A ponte é uma passagem para outro estado de inconsciência colectiva.