Peguei no copo que continha os dados e virei-o
sobre a mesa. Quando o levantei vi que marcavam cinco horas e vinte minutos. Hora
de levantar. Saí da cama e passei à casa seguinte, a casa de banho. Depois a
outra, a cozinha, onde o pequeno almoço depressa ficou pronto com a ajuda do micro-ondas.
Peguei na mochila que já estava pronta de véspera, com algumas sandes, um sumo,
duas águas, a chave, a licença e o chapéu.
O passo seguinte era o carro, em direcção à
cidade. Era um jogo sem glória mas estava a correr bem. O trânsito era pouco e
a claridade era já suficiente para que a viagem se fizesse sem sobressaltos. Um
olho na estrada e o outro a fazer planos para aplicar o prémio da vitória. Uma
parte estava já destinada, para no próximo fim de semana poder percorrer finalmente
o Aqueduto das Águas Livres.
Parei o carro à entrada da recta final. Era
uma recta longa e cheia de curvas e ruas estreitas e a subir, que não deixava
ainda ver a meta. Mudei do carro para a carrinha, que surpreendentemente estava
ali no estacionamento. Não era costume estar ali de manhã, mas entusiasmado que
estava com um jogo aparentemente tão fácil nem achei estranho. Para mais, com
este transporte poupava quinze minutos a pé até ao fim.
Chegada triunfal com paragem mesmo em cima
da linha da meta. Chegar (bem) cedo à selva tem destas coisas, consegue-se parar
mesmo à porta. Se me atrasasse sabe-se lá onde teria de parar a carrinha, tendo
depois de alombar com o conteúdo às costas.
A casa final estava a ficar composta, com o
material ali empilhado, até que… olho para o que falta tirar da carrinha e
reparo que falta muito material.
Volto a pegar nos dados, Desta vez saiu-me
um número de telefone.
Sim, é muito cedo, eu sei, desculpa,
desculpo-me eu, mas é que estou a descarregar a carrinha e falta aqui muito
material.
A voz do outro lado não me deixou terminar.
Ah, diz a voz, mas é que hoje não era dia de jogar, foi só naqueles dois dias.
Agora tens de voltar à casa de partida. E de mãos vazias.