Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 27 de maio de 2014

(A)Tra(i)(c)ção


Atracção
A traição
Atraição
(A)Tra(i)(c)ção

Aproximou-se devagarinho. E nunca mais se afastou. Pelo menos durante três ou quatro anos. O nunca mais tem destas coisas, às vezes demora esse tempo todo.
Poder-se ia pensar tanta coisa. Isto, é claro, para aqueles que pensam tantas coisas. Porque há aqueles, mais limitados, cuja capacidade de raciocínio se reduz à obediência cega a preconceitos, que reduzem tudo à simplicidade das coisas difíceis, não sendo portanto necessário pensar tantas coisas, basta apenas uma.
A relação causa-efeito nem sempre é linear. Às vezes é uma rede. Cada vez mais está tudo em rede, as relações, as causas-efeitos, e as relações causas-efeitos.
Passados os tais três ou quatro anos, e finda a validade do nunca mais, afastou-se, também devagarinho.
Só que, agora o vagar era diferente. Muito diferente.
O vagar do afastamento é completamente diferente do vagar da aproximação.
O vagar da aproximação é como que uma pressa, mas em câmara lenta.
Já o vagar do afastamento é como um corredor que parou de correr por falta de forças e se arrasta penosamente, não até à meta, porque não vai chegar lá e mesmo que chegasse não serviria de nada pois já estava encerrada, mas até ao próximo posto de abastecimento. Líquido, de preferência.