Da janela vejo o horizonte.
Da janela vejo o fim do mar.
Da janela onde eu estou defronte,
Sem portadas, entra todo o ar.
À janela sinto o cheiro forte
Das ondas transformadas em espuma.
Vejo os barcos, que vão para o norte,
E as gaivotas, conto uma a uma.
À janela o tempo não tem fim,
Passa lento como um barco à vela,
E faz que eu me sinta bem assim.
Quando estou aqui nesta janela,
Para ser perfeito, para mim,
Só me falta a presença dela.
Bolas, estou cada vez pior.
Gosto muito desta fotografia. Achava eu que
merecia ter um texto qualquer a acompanhá-la, e vai daí coloco o lápis no afia
para lhe aguçar o bico. Sim, que escrever com a ponta romba não tem graça
nenhuma.
Mas… eis que me sai um soneto com versos de
nove sílabas! Nunca se viu tal coisa.
É caso para dizer: “é pior o soneto que a
fotografia”.