Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O banqueiro bom


Fui bancário durante mais de vinte e cinco anos. Não guardo grandes recordações desse tempo, excepto algumas situações pontuais e alguns poucos bons amigos que conservo ainda passados cerca de nove anos da passagem à reforma antecipada.
Naquilo que mais gostei de fazer na vida, o atletismo, o mérito mede-se com um cronómetro ou com uma fita métrica. No banco mede-se pelas palmadinhas nas costas.
Na maioria dos casos trata-se de gente demasiado importante para que eu me importe com eles. Vive-se de pareceres e de aparências. De ilusões e de desilusões. De valores monetários na coluna dos créditos e de valores morais na coluna dos débitos.

Ainda bem que saí de lá. Pude assim evoluir. De bancário passei a banqueiro. Mas um banqueiro bom, um banqueiro que faz bancos. Não como a corja que constantemente nos entra pelas televisões dentro, e que para o bem de milhões de pessoas, haviam de nem sequer ter nascido.