Não há pachorra. Há uns tempos veio um tipo
e disse que a culpa da “crise” é de todos nós porque “gastámos acima das nossas
possibilidades”. Agora vem outro e diz que a culpa de morrerem seis pessoas na
praia do Meco é de todos (todos somos transeuntes, excepto alguém que, por
razões imponderáveis (doença, por exemplo) esteja retido em casa) porque nada
fizemos ou dissemos para impedir as praxes.
Tanta culpa junta tira-me do sério,
portanto aí vai:
A praxe é uma tradição. Tal como a tourada
é outra tradição. Por qualquer razão que me escapa, estas tradições não se
acabam, ao contrário de outras, como por exemplo a tradição das pessoas terem
trabalho, terem o que comer, terem onde morar.
A grande diferença, é que o boi vai para a
arena obrigado, enquanto para a praia do Meco vai quem quer.
Perceberam ou é preciso fazer um desenho?
Portanto, fodam-se mais as vossas culpas.