Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 31 de março de 2015

A cidade dos tijolos reluzentes


"All my friends were saying that the streets were paved with gold.
I couldn't wait to get there from the stories I'd been told."
(John Miles em 'Stranger in the city')

A exibição, a ostentação, as aparências, a vaidade, são o chamariz que mantém junto o enxame que serve de suporte a uma sociedade reluzente por fora mas podre por dentro.

Há quem advogue a valorização da consciência de cada individuo, mas depois aparece aquela singela pergunta: "de que serve a beleza interior se o pirilau não tem olhos?"

Mafalda, a filha do Quino, interrogava-se sobre o muito que evoluiu a tecnologia e o pouco que evoluiu a consciência humana.

Pouco? Mas evoluiu alguma coisa? O desejo de acumular ouro hoje em dia difere alguma coisa do dos povos pré-históricos? Ou é só porque usam falto e gravata em vez de uma pele de carneiro em volta do tronco?