O braço doía-lhe. O cotovelo estava
esfolado e a sangrar. Não que isso o preocupasse muito. Havia lá coisa melhor
do que cair ao andar de trotinete.
O que o preocupava mesmo era que daqui a
meia hora estaria em casa, e habituado que estava às prioridades do lugar,
sabia que ia ter chatices por chegar com a manga da camisola rota. Sim, que a
manga da camisola era mais importante que o seu direito a brincar.
As regras, sempre as regras, eram claras: o
filho da Dona Inácia e do Senhor Jacinto não podia andar na rua a fazer aquelas
figuras tristes, o que é que os vizinhos iriam pensar, valhamenossasenhora.
Previa um tempo de reclusão para a
trotinete, escondida algures na despensa debaixo da saca das batatas. Durante
algumas semanas passaria a ser uma trotinerte.