Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sábado, 11 de abril de 2015

A floresta verde


O primeiro escrito deste blog, já lá vão quase cinco anos, contava a história de um ser que habitava na floresta negra.
Hoje tenho à minha frente outro ser e outra floresta, esta verde.
Este ser é diferente e especial. A começar pelo facto de não ter nome.
Tudo tem que ter um nome, portanto chamemos-lhe Maria, porque Marias há muitas e é um nome que fica bem a qualquer ser.
Maria, esta, ao contrário da outra, não está fechada numa masmorra. Maria, esta, está fechada num palácio, mas ao contrário da outra, não sabe que está fechada.
Há uma diferença enorme entre uma masmorra e um palácio, tal como há diferenças enormes entre as duas Marias. Mas haverá diferenças entre estar-se fechado, quaisquer que sejam as circunstâncias? Não há, mas há quem queira acreditar que sim. É a ilusão que comanda o sonho e por sua vez a vida.

A floresta verde não é assim tão diferente da floresta negra, excepto na cor, mas a cor é apenas um pormenor sem importância. A cor da floresta está para os seres que as habitam como a cor das flores está para os insectos: atrai, embora haja quem não acredite nisso.

Escapar de uma floresta requer um grande sentido de orientação, ou uma grande coragem, ou uma grande sorte, ou outra coisa qualquer. Não é fácil sair de uma floresta.