Foi por uma unha negra que não chocaram os
dois, à luz pálida e tímida da unha luminosa em que ciclicamente se transforma
a Lua no seu deambular errante, constante e infinito, pelo espaço.
Um ia a entrar, o outro ia a sair e ali ficaram
os dois, não porque por vontade própria o tivessem planeado, mas porque o
destino a isso os conduziu.
O momento era propício a que se ouvisse o
esvoaçar de um morcego ou o piar de uma coruja, mas apenas o matraquear
constante de uma cigarra quebrava o silêncio. O um porque não tinha nada a dizer,
o outro porque timidamente não sabia o que dizer.
O que ia a entrar entrou, o que ia a sair
saiu, e a Lua ali ficou a derramar a sua pálida luz de quarto crescente.