Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
quarta-feira, 8 de julho de 2015
O caminho das sombras
Cai a noite sobre a rua.
Chegou a hora das sombras,
Que não têm medo do escuro.
Acendem-se os pirilampos
Que até aí vivam escondidos.
Abrem-se portas mas ninguém entra
Acendem-se luzes mas ninguém vê
Desbravam-se caminhos
Mas ninguém os percorre.
As sombras, indiferentes a tudo
Até à sua própria indiferença,
Cobrem a cidade com o manto
Cinzento do esquecimento.
Esquecem quem são ou o que sabem
E partem em busca da inatingível luz,
Apenas alcançável quando nasce o dia.
Então, despem-se de todas as cores
Que a aurora lhes fornece,
E esquecidos de tudo,
Voltam a ser quem eram.