Tinha
uma espécie de magnetismo. Atraia lixo. Toda a espécie de lixo lhe vinha parar
às mãos. Coisas boas não o procuravam, agora o lixo, até quando dormia, vinha
ter consigo.
Já
tinha experimentado quase tudo, inclusivamente viver no lixo. Tinha ouvido dizer
que polos iguais se repelem. Mas a experiência não resultou, as leis da física
não se aplicaram aqui, e atraia cada vez mais lixo.
Por
estranho que possa parecer, também a outra lei, a de que os polos opostos se
atraem, não funcionou. Nenhuma coisa boa veio ter consigo.
Apesar
de muitas coisas lhe virem parar às mãos, nomeadamente lixo, quanto aos pés,
nada. Nada caia a seus pés, nem umas simples botas. Andava descalço e por esse
motivo ficou conhecido como o Gato sem Botas.
Um
dia o Gato sem Botas morreu.
Quem
sentiu a sua falta foi o lixo.