Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

O lago dos pássaros delirantes


Uniram-se todos. Uns com o bico, outros com as patas, agarraram as nuvens e estenderam-nas no chão. Queriam o Sol, o vento, o céu todo, tudo, sem restrições.
Humanos não eram bem vindos. Quando podiam cagavam-lhes em cima. Quando não, escondiam-se quando os queriam fotografar.
Alimentavam-se do ar e da esperança. Minhocas e sementes eram só para entreter o estomago.
Voavam sim, mas isso não era o maior feito que conseguiam. O mais importante de tudo, e que aconteceu quando pela primeira vez saltaram do ninho, é que perderam o medo. Foi isso que os tornou livres.