Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O Ano da Enxada


Hoje é o primeiro dia do Ano da Enxada. Já devia ter sido há uns meses atrás mas as luas andam trocadas e só agora foi possível começar o ano.
Entre as festividades previstas estava, como é tradição, o fogo de artifício, mas o orçamento sofreu uma derrapagem, pelo que as comemorações ficaram-se pelo descerrar de um balde com lixo e entulho tirado da horta. Paradoxalmente não com uma enxada mas com um ancinho.


Numa conjuntura macro-económica desfavorável, e no sentido de aproveitamento das sinergias e de maximização do lucro, procedeu-se à deslocalização da produção. Nesse sentido foi encerrada a unidade de produção da varanda, onde incidia uma carga fiscal elevada sobre os vasos, e reaberta em muito melhores condições no offshore do quintal.



Houve ainda um investimento em material, nomeadamente umas botas de borracha com direcção assistida e tracção aos dois pés.
Ainda dentro do plano de actividades para o corrente ano aguarda-se o aumento de capital do final do mês para se proceder à aquisição de um metro cúbico de terra.


Passados os momentos de euforia voltou tudo ao normal.