Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

A casa


Passei apenas para ver e já mal a conhecia. Está diferente. As paredes estão maltratadas. As janelas que antes tinham portadas agora têm grades ferrugentas. Onde antes havia telhado, agora vêm-se passar as nuvens de dia e as estrelas à noite. O interior é um emaranhado de ervas e arbustos que impedem a passagem.
Foi ali que te conheci, mas a verdade e´que hoje já não te conheço. Tal como a casa, mudaste, embora não o quisesses aceitar. E à custa de argamassa, reboco e pintura, mudaste de novo. E cola, muita cola para segurar tudo aquilo que vai caindo.
Sim, mudaste e eu já não te conheço.
A casa, porém, está lá.
Tu, não.
Nem eu.