Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

O Exterminador Implacável


O quê? Roundup? Monsanto?
Puta que os pariu.
Em conversa com um amigo falei-lhe nas “minhas” ervas e ele ficou de me emprestar um produto mais um pulverizador que tinha em casa da mãe. Só que quando olho para o frasco…

Tinha presente na memória porque foi há poucos dias, a votação no parlamento para a proibição dos glifosatos. É obvio que não iria usar aquilo. Nem havia muito que pensar, a dita empresa há muito que estava na minha lista de boicote total.
Além de uma questão de cidadania é uma questão de saúde pública.

Tinha no entanto que arranjar uma solução. Fiz então aquilo que devia ter feito em primeiro lugar: pesquisar.
E encontrei de tudo um pouco e às centenas. Desde queimar as ervas com água a ferver até receitas com vodka, ou gin, ou vinagre de maçã, ou sal de rocha, há de tudo.
Não pensem que estou a gozar, vejam estas duas ligações como exemplo. Há centenas delas parecidas.




Primeiro tive que parar de rir do ridículo destas situações. A água a ferver deve ter sido ideia de algum monárquico ranhoso, saudoso dos tempos em que deitavam água a ferver pelas ameias dos castelos, sobre os inimigos.
Quanto às receitas em si, acho ridículo primeiro alguns dos ingredientes usados, depois o preciosismo das dosagens algumas das quais com aproximações ao grama ou ao mililitro, como se isto fosse alguma receita ultra sofisticada.

O que fiz foi basicamente aproveitar umas coisas de umas receitas e outras coisas de outras e misturá-las a olho, criando assim a minha própria receita.
É importante referir que li algumas dezenas de páginas e não encontrei duas iguais, mesmo naquelas que tinham os mesmos ingredientes, as quantidades eram o mais díspares possíveis.

A minha receita é esta: num garrafão de água vazio coloquei um litro de água, uma caneca daquelas de pequeno almoço de sal, outra caneca de vinagre e uma pequena esguichadela de detergente da loiça. Depois de bem misturada aplico com um pulverizador.

Daquilo que li depreendi o seguinte: o vinagre sendo um ácido, ataca as plantas corroendo-as; o sal absorve a humidade e seca as plantas por desidratação; o detergente tem como função fazer com que o liquido em vez de escorrer para o solo adira às folhas e caules prolongando assim a sua acção.

Uso água quente, tirada do esquentador, apenas para que o sal se dissolva melhor. A primeira vez que fiz usei água fria e mesmo depois de muito agitar o garrafão uma grande parte do sal ficou no fundo.
Vi uma página que chama a atenção (a vermelho) para colocar apenas uma colher de chá de detergente, e com cuidado! Porquê? Não explicam. Eu deitei umas gotas, uma pequena esguichadela, para dentro do garrafão e a coisa não explodiu.
As fotos mostram um corredor cheio de ervas junto ao muro, antes e depois da primeira aplicação. No dia seguinte repeti, e passado umas horas as folhas já estavam bem secas.

A ciência vive de experimentação e erro, não de fé, dogmas ou ideias pré concebidas, por conseguinte esta receita está em permanente actualização. É pouco provável que eu tenha acertado na receita ideal logo à primeira.
Tenho mmmmuuuiiitas ervas para pulverizar, portanto vou ter de fazer muitos litros de mistura. Nas próximas vezes vou variar um pouco. Por exemplo, talvez não seja preciso uma quantidade tão grande de sal e de vinagre, por isso vou reduzir e comparar os resultados com as aplicações anteriores.
Ou, por outro lado, se aumentar um pouco as doses, talvez mate logo as plantas sem precisar de aplicar uma segunda vez.
É tudo uma questão de ir experimentando e comparando os resultados.

Por agora é tudo, despeço-me com amizade até ao próximo programa.


ACTUALIZAÇÃO:

Ao fim de três dias as ervas estão como mostra a foto.