Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sábado, 23 de abril de 2016

Sentados na areia


Conhecer não é saber. Conhecia-a não não sabia quem ela era, nem o que fazia, nem o que pensava, nem o que queria, nem para onde ia.
Uma vez chegou a pensar que... mas não, a ideia era absolutamente estúpida. Uma outra vez teve a ousadia de perguntar, mas no momento seguinte arrependeu-se logo de o ter feito. Ficou na mesma ignorante, não aprendeu nada. Não percebeu nada do que ela disse, naquele estilo de linguagem que fala mas não diz nada.
De certa forma sentiu-se aliviado. Uma sombra de dúvida pairou sobre o seu espírito, ficou sem saber se era propositado ou se alguma limitação a impedia de dizer coisa com coisa.

Talvez fossem horas de voltar, o Sol já se tinha posto há alguns minutos e a claridade que restava já não era muita.
Levantou-se, sacudiu a areia das calças e apenas por hábito estendeu a mão. Sabia de antemão que ela a iria ignorar e se levantaria sem qualquer tipo de ajuda.
No meio de tanto desconhecimento, era a única coisa que sabia dela.