Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
domingo, 2 de abril de 2017
Caminhando
Percorro descalço os caminhos de areia onde as ondas vieram depositar os seus restos.
Enterro os pés na areia a espero pela próxima.
Lá vem ela, devagar, porque a maré baixa é sinónimo de vagar, que as ondas também se cansam.
Lentamente a água transforma-se em espuma e avança até se desvanecer a dois passos de mim.
É a minha vez de avançar, porque a água já não tem força para chegar onde eu estou.
É um bailado tropego: eu que nem sei dançar, avanço ao ritmo do recuo das ondas.
Depois, com o Sol quase a desligar o interruptor da claridade do dia, despeço-me das ondas que me acompanharam durante estes largos minutos.
O caminho de regresso agora é a subir.