Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
segunda-feira, 24 de abril de 2017
A floresta
É preciso passar. Temos de passar. O outro lado espera-nos.
Os caminhos estão todos obstruídos. Não existem caminhos. Os caminhos que não existem estão obstruídos.
A pressa, sempre a mesma pressa a ditar as acções. A ânsia de chegar aonde não queremos estar. A vontade de cumprir vontades impostas.
Autómatos, sem raciocínio próprio, seguem o caminho previamente traçado, mesmo que esse caminho não exista, mesmo que esteja obstruído. Cegos, desnorteados, chocam, atrapalham-se, culpam-se mutuamente, sem verem a verdadeira origem da culpa. E lutam, e matam-se.
E o outro lado, já ali, à espera.
A rir-se.