Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Monólogo do estendal


- Bolas, então deixou-me para aqui pendurado, sozinho…
- Não há quem entenda as molas da roupa.
- Aqui para nós, que ninguém nos ouve, não sei o que fazer, será que devo ir atrás dela? Não me pareceu muito convincente, isto do não nunca se sabe quando quer dizer talvez, ou até mesmo sim.
- Mas… e se ela não me quer mesmo? Se eu continuar atrás dela a insistir vai ficar a odiar-me.
- Eu fiz o que podia, quer dizer, o que sabia, mas no entanto…
- E se eu tivesse dito que…? Ah, não, isso não ia dar.
- Já sei, vou fingir que me esqueço dela e quando a vir sozinha, passo por acaso ao pé dela e meto conversa.
- Não, isto já tentei uma vez com aquela mola de madeira e não resultou. Tenho que pensar noutra coisa.
- Eu não queria gastar dinheiro, mas estou a ver que tenho mesmo que comprar o livro “Um estendal de auto-confiança”.

(Parte 2 de 4 da trilogia "O senhor dos arames")