Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Solilóquio da corda da roupa


- Mas então este tipo foi-se embora e deixou-me aqui sozinha? Querem ver que amuou?
- Estava à espera que eu dissesse o quê?
- Sim, que aquela conversa toda era muito bonita, mas no fundo vai-se a ver e o que eles todos querem sei eu.
- Ainda por cima, um tipo daqueles, todo azul vejam bem, o que é que as minhas amigas iam pensar.
- Já passaram cinco minutos, deve estar por aí a aparecer de novo. Não era nada de deitar fora completamente, mas também só mesmo em último recurso.
- Nunca mais vem? Bem, se não for ele há-de aparecer outro qualquer, espero é que não demore muito.
- E depois aquela conversa lamechas do juntos para sempre e blá blá blá. A verdade é que passar o resto da vida a segurar o mesmo par de cuecas na mesma corda, deve ser cá uma seca…

(Parte 3 de 4 da trilogia "O senhor dos arames")