Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Na escuridão do dia


Há um longo caminho a percorrer. Nas entranhas da terra, a luz do dia chega entrecortada nos seus diversos cambiantes e sem uma parte muito importante da sua cor: o calor.
Lá, onde as raízes constroem as suas casas, onde as minhocas se banham na lama do inverno rigoroso, onde as toupeiras percorrem túneis escavados à força de patas vigorosas, um ser estranho e fora do contexto, faz do ventre da terra a sua morada.
Diz que é temporário e passageiro. Diz que é um meio. De transporte. Não passa porém de um prenúncio do fim. Quando por fim repousar encaixotado, sob sete palmos de pedras e torrões de terra.