Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O beijo


Ao fundo uma margem, a outra; há sempre uma "outra", por oposição à "uma", à de "cá"; uma margem que os criminosos quiseram encher de contentores.

Ao meio um rio de águas azuis e sujas, que as "análises" oficiais garantem estar limpas. As taínhas não têm voz e os submarinos não se queixam, querem lá saber da água, querem é contrapartidas.

Em primeiro plano, na margem de "cá", uma "praia" de lodo, rochas e detritos.

Passeável na maré baixa, por quem tem em alta a vontade de ser feliz, indiferente às circunstancias, ao envolvimento, aos estranhos olhares.
O cais já não é cais, as colinas já não são sete, apenas a vontade, esta ou outra, se mantém inalterável ao longo dos tempos.