Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Venho em sentido contrário


Venho em sentido contrário
Navego contra a maré
Muitos chamam-me otário
Mas eu venho cheio de fé.

Tenho esperança no futuro
Confiança no presente
Sei que vou saltar o muro
Que me puseram à frente.

As partidas do destino
Não chegam p’ra me assustar
Já cá estou desde menino
Já sei como as enfrentar.

E por mais que seja duro
Suportar o vento norte
Às vezes mesmo no escuro
Não tenho medo da morte.

Sei muito bem o que quero
E o que vou alcançar
Se não for hoje eu espero
Sentado no meu lugar.

A pressa é inimiga
De fazer coisa bem feita
Ter mais olhos que barriga
Às vezes dá em desfeita.


(Do livro "A nascente do rio das palavras")