Venho
em sentido contrário
Navego
contra a maré
Muitos
chamam-me otário
Mas
eu venho cheio de fé.
Tenho
esperança no futuro
Confiança
no presente
Sei
que vou saltar o muro
Que
me puseram à frente.
As
partidas do destino
Não
chegam p’ra me assustar
Já
cá estou desde menino
Já
sei como as enfrentar.
E
por mais que seja duro
Suportar
o vento norte
Às
vezes mesmo no escuro
Não
tenho medo da morte.
Sei
muito bem o que quero
E
o que vou alcançar
Se
não for hoje eu espero
Sentado
no meu lugar.
A
pressa é inimiga
De
fazer coisa bem feita
Ter
mais olhos que barriga
Às
vezes dá em desfeita.
(Do livro "A nascente do rio das palavras")