Desde que a humanidade é humanidade, isto
é, desde que os homnídeos deixaram de andar dispersos pelas florestas e
passaram a viver em bandos sob as ordens de um chefe (um chefe para cada bando obviamente),
que a busca do auto-conhecimento se tem imposto como um desígnio universal.
Quem
somos?
De
onde vimos?
Para
onde vamos?
São perguntas que até agora ficaram sem
resposta. Mas com a Teoria do Papel Higiénico, a célebre frase “Conhece-te a ti
mesmo” inscrita no Templo de Delfos, mas que afinal parece que já tinha vindo
de outro lado qualquer, ganha um novo significado e com ele a possibilidade de
finalmente ver respondidas essas perguntas.
Eu
sou um cagão de merda
E
venho de casa a correr
Vou
procurar uma erva
Para
limpar o que escorrer.
Durante uma pipa de séculos a Teoria não
pode ver a luz do dia, pela simples razão de que não havia papel higiénico. As
folhas de papel antes de serem higiénicas eram de jornal, e antes de serem de
jornal eram apenas folhas: de couve, de parreira, de bananeira, o que houvesse.
Há até relatos históricos de cavalheiros distintos e madames finas, habituados
ao luxo das cidades e ignorantes por completo da vida no campo, daqueles que
não distinguem uma charrua de um ancinho, e que em momentos de maior aperto
terão deitado a mão a um molho de urtigas que estava logo ali ao lado.
Mas agora tudo mudou com o advento das
novas tecnologias.
Sim, a cor do papel higiénico que usa é um
método infalível de diagnóstico da sua personalidade. Ajuda-o a conhecer o seu
eu interior. E não apenas pelo facto de olhar para a folhinha que tiver entre
dedos depois de a usar. Isso é um caso para ser abordado futuramente, quando
for publicado o Método de adivinhação
pelos cagalhotos na folha de papel higiénico, um método de previsão muito
superior por exemplo à análise das tripas de galo preto, de bosta de vaca, ou
de borras de café.
A cor do papel higiénico define
inequivocamente os traços do seu carácter, e permite-lhe conhecer em toda a sua
plenitude as linhas orientadoras da sua vida.
Não se deixe enganar por charlatães nem por
perguntas do género “Se você fosse um peixe, que peixe seria?”, ou “Se você
fosse uma nuvem que forma teria?”.
Apenas a cor do seu papel higiénico lhe
pode fornecer as pistas para a compreensão da sua verdadeira personalidade.
Faça já o teste e surpreenda-se com as
revelações que irá descobrir sobre si mesmo.