Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

A parábola da desobediência


E por fim, o principio. O principio do fim dos princípios que estão a levar a civilização à aniquilação.
O principio da obediência cega, surda e estúpida a deuses, reis, ditadores de toda a espécie terá o seu fim quando as pessoas começarem a desobedecer.
Quando as pessoas desobedecerem, deixará de haver religiões a levar as pessoas para a guerra, na ânsia de converterem os infiéis, os que no usufruto dos seus direitos pensam de maneira diferente.
Quando as pessoas desobedecerem deixará de haver reis a viverem… como reis, concentrando nas suas mãos toda a riqueza que deveria legitimamente estar dividida por quem a produz, por quem trabalha.
Quando as pessoas desobedecerem deixará de haver governos a legislarem em favor de interesses privados transformando o mundo num gigantesco local de escravatura disfarçado de democracia.
Por agora o maior perigo para a vida provém do homem.
Há-de chegar o tempo em que as pessoas apenas terão a temer os terramotos, tsunamis, furações, inundações, incêndios e demais cataclismos da natureza.
Demorará certamente milhares de anos, isto se o mundo não acabar entretanto, mas é possível.
Basta acreditar.
É este o poder da utopia.

(A foto é real, mas não retrata nenhum acto de desobediência. É usada no sentido figurado, para ilustrar a parábola da desobediência. Foi tirada em Março de 2013 durante uma visita guiada ao Presídio da Trafaria)