Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Sozinho na varanda


Ainda se lembrava de caber perfeitamente na varanda. Quando era pequeno a varanda era um espaço imenso onde brincava. Quando corria chegava à outra extremidade já cansado.
Agora, ali sentado ao Sol, se esticasse as pernas, os pés saiam para fora do gradeamento. E bem que precisava de as esticar de vez em quando porque a inactividade prolongada provocava-lhe cãimbras.
Numa dessas vezes, e quando já recolhia os pés para dentro, um movimento mais brusco fez com que um dos chinelos lhe caísse do pé. Felizmente não acertou em ninguém, mas acarretou uma cansativa descida à rua para o apanhar e respectiva subida de novo até ao terceiro andar.
Desde essa altura, sempre que ia para a varanda, ia sozinho, os chinelos ficavam em casa, mesmo que as meias estivessem rotas.