Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Feira de ilusões


Feira de ilusões *

As pedras gastas e os sonhos também,
A ingreme calçada e o Sol a pique
Só uma côdea, o almoço não vem,
Na torre o relógio toca a repique.

Velhas no aspecto, as roupas usadas
Olham-nos do chão em cima de um pano,
Só mudam de mão com notas contadas,
Mais q’uma vez pra não haver engano.

A estranja nem vê, só quer souvenir,
Um velho olha, sem poder comprar:
A pouca reforma teve pr’ onde ir.

E a velha senhora ali a esperar,
Algum comprador que esteja pra vir
Salvar-lhe o dia antes de acabar.

* Há quem lhe chame “da Ladra"