Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Escada para as nuvens


Chegado lá acima deixei cair o martelo. Tive de voltar a descer. Mas primeiro parei e olhei em volta. Queria ter a certeza que a escada ia mesmo até às nuvens. Dali de onde estava não me pareceu. Continuavam tão distantes como quando estava no chão. Resignado desci, peguei o martelo e voltei a subir. Desta vez tinha martelo, não tinha era pregos. Respirei fundo e iniciei o caminho descendente. Fui à caixa dos pregos, coloquei meia duzia no bolso e recomecei a subir. A meio da subida lembrei-me de olhar para cima. Confirma-se, a tábua não estava lá. Estava a ficar um bocado farto desta obra. Entre o cansaço das constantes subidas e descidas e a vontade de desistir, ali fiquei a olhar o vazio.