Dezembro de dois mil e oito. É a data de
nascimento desta fotografia. Tão pouco tempo de vida e tanta coisa para contar.
Fui encontrá-la enquanto procurava algo sobre o que escrever hoje, e deparei-me
com isto.
À falta de melhor, tive de me contentar com
o que encontrei. Porque o que é verdade hoje pode não ser amanhã, e hoje estou
virado para o tempo. Não o atmosférico, que esse está de chuva apesar de
estarmos no verão, mas o outro, a quarta dimensão.
No tempo em que esta fotografia foi tirada
havia tantas coisas diferentes. Encontrei-as junto com esta imagem. Não as queria
encontrar, mas aconteceu. Não as queria lembrar, mas recordei-as. Não as queria
ver, mas lá estavam elas a olhar para mim.
Do alto dos seus quase seis anos de
existência, esta foto lembrou-me que o tempo não passa, fica. Fica na memória
do esquecimento. Pronto a reaparecer quando menos se espera.
Não era sobre o tempo de há seis anos atrás
que eu queria falar, era sobre o actual. Salvaguardando as devias distâncias e
apesar das semelhanças e das diferenças, a espiral do tempo traz de volta histórias
que se repetem ao longo dos ciclos da vida.
Talvez… a falta de motivo para falar dos
dias actuais, seja o mesmo motivo que me levou a recordar os dias do passado.
Talvez…