No caminho descendente
Vão todos em alvoroço
Acreditam que à frente,
A estrada tem novo troço.
E seguem alegremente
Atados pelo pescoço
No caminho descendente
Ninguém pensa ou reage
Interessa que vá contente,
E saboreie a vernissage.
Apelidam de demente
Quem é diferente ou quem age.
No caminho descendente
Vão todos a ver navios
Seguem todos a corrente,
Sopram velas sem pavios,
Batem palmas de contente
Ao cruzarem novos rios.