Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
A carga pronta
Metida nos contentores, num dos contentores, estava uma caixa pequena. Tinha caido de uma palete que continha muitas outras caixas pequenas. Ali ficaria até que, no final da viagem, o contentor fosse aberto e a mercadoria despachada. Então alguém repararia nela, a abriria e encontraria um par de sapatos pequenos como a caixa,
Estava encontrado o destinatário. Porque há sempre crianças a precisar de sapatos junto de quem ganha o que come com o suor do seu rosto. Ao anterior proprietário não lhe fazia falta nenhuma, era um pingo de vaidade a menos, o equivalente ao valor de um parafuso do novo carro desportivo de alta cilindrada já encomendado, comprado com todas as gotas de suor roubadas a quem produziu um contentor de sapatos.