Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Debaixo do mesmo tecto
Era a hora dos morcegos. O dia tinha acabado há pouco tempo, o que lhes permitiu saírem das suas tocas. Com o passar das horas acalmam-se, mas nestes primeiros instantes esvoaçavam em todas as direcções como se não houvesse amanhã.
Não gostava de morcegos. Irritava-o senti-los a voar junto à sua cabeça, muitas vezes sentia as asas a roçarem-lhe o cabelo. Havia no entanto um período do dia em que tinham de conviver debaixo do mesmo tecto.
Era a hora em que esperava pela Joana que saia do turno no supermercado. Mesmo em frente, do outro lado da rua havia um pequeno jardim e quando não chovia era aí que gostava de esperar, sentado num dos bancos de madeira gastos pelo passar dos anos.
Mesmo apesar dos morcegos