Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Janela sem tempo


A mala numa das mãos,
O cajado na outra.
Curvados
Que o peso de existir
É muito grande.
Sem uma despedida,
Sem um olhar vago,
Avançaram
Arrastando os pés
Pelo caminho.
Na mala
Carregavam as memórias
De uma vida inteira.
Por falta de espaço
Deixaram ficar os sonhos
As promessas,
Os trabalhos inacabados
De quem vive do trabalho.
Partiram
Talvez para sempre,
Que a esperança de voltar
Era pouca ou nenhuma.
A janela e o tempo
Agora pertenciam às teias de aranha.