Olhou mais uma vez para o relógio. Os
minutos passavam devagar mas passavam, disso não tinha dúvidas. Já ali estava
há… nem se lembrava, tanto era o tempo que tinha passado desde que chegara.
O que não havia meio de passar mesmo eram
as dores. Às antigas juntava-se agora a dor nas costas, de estar ali deitado há
tanto tempo. As folhas pareciam macias à vista desarmada, mas esquecera-se que
tinham por baixo pedras pontiagudas. Aparências, sempre aparências à sua volta.
De repente chegaram vozes aos seus ouvidos.
Eram dois ciclistas.
- Manel olha ali um gajo caído, bora lá ver
se precisa de ajuda.
- Até teve sorte que agora no inverno não
passa o eléctrico.
Foda-se, pensou, até para se matar fazia
merda.