Que decepção apanhei hoje. Pensava eu estar
um nível acima, imune a todo o tipo de crítica ou opinião, enfim livre, mas na
hora da verdade fraquejei miseravelmente, não aguentei a pressão.
Estava tudo a correr bem comecei um poema,
em inglês, arranjei até a foto que o iria acompanhar, acabei-o quase às duas da
manhã e reli-o com satisfação por o ter escrito, quando de repente a realidade
me bateu no ombro e disse:
- Olha lá, não podes escrever isso, estás
maluco ou quê? Em primeiro lugar o caminho que queres seguir é impossível de
trilhar, em segundo lugar todas as pessoas vão achar que estás completamente maluco,
a necessitar de internamento.
Eu não acredito no impossível, mas a
realidade acredita, e já me provou várias vezes que ele existe. Perante tal
aviso voltei a ler mais uma vez o texto e tive medo. De facto a taxa a pagar
por exibir tais sinais exteriores de loucura seria enorme.
De um momento para o outro fiquei sem o meu
tema para o post de hoje. Fiquei sem vontade de arranjar outro, mas mesmo que
quisesse seria muito difícil porque passei uma grande parte do dia metido
dentro do carro. Resolvi portanto aproveitar o título e a foto e acrescentei
este texto que é quase um pedido de desculpas à realidade.
Estúpido como sou não me deixo convencer
facilmente, mesmo perante a realidade. Eu gosto mesmo, a sério. Por isso
guardei-o, ao poema, tenho a secreta esperança de que possa vir a ser útil, e
em último caso será publicado postumamente.