Era uma cidade onde os bancos de jardim
estavam vazios. O próprio jardim estava vazio.
As pessoas, vazias, refugiavam-se longe dos
olhares vazios de esperança de quem acidentalmente passava.
Esvaziaram corações e carteiras. Esvaziaram
sonhos e desejos. Esvaziaram frigoríficos e despensas. Esvaziaram
fábricas e escolas. Esvaziaram até a própria vida.
A cidade, vazia de vida e de vidas jazia
solitária e inerte sob o calor do Sol que teimava em passar todos os dias.