Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Por onde ir quando a estrada acaba?


Por momentos penso que não poderia haver mais. Puro engano, havia mais. Ainda havia mais chuva para cair, mais relâmpagos para iluminar o céu escuro, mais trovões para ensurdecer os ouvidos.
O temporal era dos grandes e estava encharcado, mas isso nem era o pior. O corpo molhado acaba por secar. O pior mesmo era que a estrada tinha chegado ao fim. Sim, eu sei que procurando bem encontra-se sempre um atalho, uma vereda, uma viela por onde, com maior ou menor dificuldade, se pode passar. Tal como os becos: mesmo um beco sem saída, tem sempre uma entrada.
Só que aqui é diferente. Não é a falta de caminho, que por acaso até nem há. Mas mesmo que houvesse. É a falta de motivação.

Cheguei ali para nada. Continuar para quê, se além do nada apenas há mais nada?