Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Enquanto a noite dorme


Não havia luz, só o brilho pálido da Lua coado por farrapos de nuvens que ainda não se tinham desfeito em chuva.
Não havia sons, só a música triste e ritmada da maré a embater nas rochas do paredão.
Não havia cheiro, só o perfume acre do lodo deixado a descoberto pela maré.
Não havia calor, a noite estava fria e tu não te chegavas a mim.

Mil vezes me aproximei, mil vezes te afastaste.
Mil vezes te chamei, mil vezes não respondeste.
Mil vezes te olhei, mil vezes viraste a cara.

Tenho a agradecer-te a confiança que depositas e mim. No regresso, enquanto eu conduzia tu dormias profundamente.