Lembro de ti o que não quero esquecer. Por
vezes paro e pergunto-me porquê, porque é que eu não quero esquecer se não há
nada para lembrar.
O vazio, o grande nada, foi o meio onde nos
movimentámos. Tu seguindo o teu caminho, eu seguindo a minha ilusão. Por breves
instantes cruzá-mo-nos. Tu continuaste o teu caminho, eu fiz de ti a minha
ilusão.
Não há nada para recordar, mas ainda assim
não te quero esquecer. São as ilusões que me mantêm vivo. O que mata mesmo é a
realidade.