As pernas cansadas levaram-no a sentar-se
numa pedra. Não era o sítio mais apropriado porque estava molhada devido à
humidade no ar, mas não havia outro local e o cansaço era muito.
À falta de cajado, apoiou-se no tripé da
máquina fotográfica. Inclinou-se para a frente e apoiou a testa nas costas das
mãos. Fechou os olhos por uns instantes e viu o nevoeiro por dentro. Abriu-os e
viu o nevoeiro por fora. Estava cercado. Apenas distinguia os vultos das
árvores no meio do silêncio cinzento que o rodeava.
Ocorreu-lhe uma ideia: e se desaparecesse
no nevoeiro? De certeza que ninguém daria pela sua falta.