Escritos na varanda
Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
domingo, 3 de novembro de 2019
MIsticismo
Não acredito em misticismo. Mas começo a pensar que há qualquer relação mística entre o violino e o número 3.
De Inglaterra para cá o violino veio rápido, demorou 3 dias. Mas depois...
Para conseguir colocar as cordas foram quase 3 semanas. Se as prendia em baixo, quando começava a enrolar, elas soltavam-se de baixo. Se enrolasse um bocado primeiro, quando ia tentar prender em baixo, desenrolavam-se de cima. Isto tudo a multiplicar por quatro (cordas)
Com as cordas finalmente colocadas, foram mais quase 3 semanas para colocar o cavalete.
Com as cordas (mais ou menos) apertadas o cavalete não entra. Com as cordas soltas o cavalete não se segura e cai. Além de que, se soltar demasiado as cordas elas desenrolam-se, e voltamos ao passo um.
Um pingo daquela cola que cola cientistas ao tacto resolvia o problema, mas parece que não se pode.
Muito tempo depois, as cordas estavam enroladas e o cavalete mais ou menos no sitio e mais ou menos direito.
Passamos ao problema seguinte, que vai durar mais outras 3 semanas: afinar as cordas.
As cravelhas não se seguram, depois de apertadas. Quando solto os dedos, a tensão da corda faz aquilo desenrolar-se logo de seguida. Novamente me veio a ideia o pingo de cola, mas aqui também não se pode.
Fui a uma loja chinesa comprar uma caixa de paus de giz, mas não foi preciso. Umas boas marteladas nas cravelhas no sentido de empurrar para dentro resolveram o problema.
Com optimismo, o violino ficou mais ou menos pronto. Era altura de passar ao arco.
Comparando o tamanho e atendendo à ausência de peças soltas, parecia coisa fácil. Pura ilusão. 3 semanas depois ainda não está em condições.
Primeiro tem de se tirar a m#$%&§ do vidrado que tem a resina quando é nova. Só assim é que pega nas crinas. Ah, mas até descobrir isso...
Passando o arco numa corda, de uma ponta à outra, o som não é igual, o que quer dizer que a resina não pegou em todo o lado por igual, apesar de bem esfregada. Porquê, é um mistério.
Há pó de resina por todo o lado, mas som que se pareça com um violino ainda não. Pelo jeito que isto leva, talvez daqui a uns 3 meses consiga tocar uma nota. Só uma. Uma qualquer. Ficava muito contente se conseguisse.
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