Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

domingo, 23 de novembro de 2014

Baisers Volés @ Centro InterculturaCidade


Sur la place ou tout est tranquille
Une fille s’est mise à chanter
(Jacques Brel)

Vendredi j’etait à Centro InterculturaCidade pour écouter le concert des Baisers Volés.
C’est la troisième fois que je les écoute. Je pense qu'ils ont fait un grand progrès depuis le début.
Je espère qu'ils continuent à jouer. La prochaine fois je serai là si possible.
Merci Justine.
Merci Rini.
Merci André.
Merci Centro InterculturaCidade.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A casinha


Um dia, quando for grande e me sair o euromilhões, quero ter uma casinha assim.
Excêntrico, né?

terça-feira, 18 de novembro de 2014

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O pé e o chinelo


Um pé de chinelo e um pé com chinelo.
Quem é quem?
Percebem a diferença?


sábado, 15 de novembro de 2014

Um longo entardecer


Os pássaros. Outra vez os pássaros, sempre os pássaros. Não se ouvia mais nada além do canto e do voo dos pássaros. É verdade que também conseguia distinguir o agitar das agulhas dos pinheiros provocado pelo vento, mas na sua simplicidade chegava a acreditar que o vento era provocado pelo movimento das asas dos pássaros.
Se ela ali estivesse…
Decerto quebraria o silêncio, com a sua conversa e o seu riso. Não era pessoa de ficar calada muito tempo. Mas não estava.
E não era de agora que não estava. Era há muito, muito tempo.
Já várias vezes tinha pensado no assunto e nunca encontrara resposta. Não sabia porque ano após ano voltava sempre àquele lugar. Não era para pensar nela, porque sabia que a queria esquecer. Não era à espera de a encontrar, porque sabia que ela nunca voltava atrás. Não era pelo fascínio do lugar, que apesar de belo, calmo e silencioso é apenas um no meio de tantos outros que existem.
Fechou os olhos e ao fechá-los reviu aquele longo entardecer em que os dois nus dentro de água, ali ficaram até que os reflexos de prata da Lua que acabava de surgir por sobre os cabeços da outra margem lhes recordou que eram horas de regressar.


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A sorte


Para uma cabra, isto seria um belo pasto.
Para um burro seria apenas um campo de trevos onde, talvez escondido lá no meio, esteja um com quatro folhas, que ao ser encontrado lhe trará imensa sorte.
Burrices.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A abordagem


Durante muito tempo a abordagem era um crime. Praticavam-na os piratas no mar sempre que encontravam um navio indefeso.

Depois, sem que se saiba muito bem como, passou a ser legal. As pessoas são constantemente abordadas numa simples visita a um centro comercial. Os motivos são vários: desde a venda com intuitos meramente comerciais, até às vendas com o objectivo de “ajudar”.

Alguém tem noção de como é ínfima a parte da “ajuda” que chega a quem necessita?
Alguém se apercebe que as bancas que surgem como cogumelos por todo o lado, a vender artigos que não servem para nada, “para ajudar as crianças” ou “para os cãezinhos abandonados” são a parte visível de estruturas que têm obviamente “gestores” e demais despesas administrativas associadas, salários (os abordantes), taxas pela ocupação dos espaços, etc?

Porque não dar directamente a alguém em vez de dar a intermediários?


terça-feira, 11 de novembro de 2014

O piquenique.


Por uma razão qualquer difícil de explicar a namorada do José amuou durante o piquenique para o qual ele a tinha convidado na sexta. Então ele pegou na cesta, colocou-a por baixo da cabeça e fez uma sesta.

Não é longe


Procurei-te nos caminhos perdidos na memória. Vasculhei os recantos mais sombrios do pensamento e só encontrei sombras do passado. Nuvens tenebrosas cobriam com pingos de chuva os locais outrora percorridos por alegres raios de Sol. O vento soprava inclemente e a cada nova rajada trazia-me aos ouvidos ecos distantes do teu nome.

Apetecia-me sentar mas além do chão que pisava não havia mais nada. Apetecia-me voltar para trás mas sabia que tinha que continuar em frente. Apetecia-me fazer alguma coisa diferente daquilo que sabia que tinha que fazer. Apetecia-me fazer tanta coisa, mas era tarde. Era tão tarde.

Um carro passou por mim e uns metros mais adiante parou na berma da estrada. Quando me aproximei uma janela abriu-se e uma voz lá de dentro perguntou-me para onde ia e se queria boleia. Agradeci a oferta recusando-a, dizendo que não valia a pena molhar-lhe o carro pois estava ensopado. O local para onde ia não era longe, acrescentei.


domingo, 9 de novembro de 2014

A morte do artista


A morte, essa parte integrante da vida, está sempre presente desde o nascimento. Pertence-lhe. Como tal, o proprietário da vida, é por inerência, o proprietário da morte.
Não existe vida depois da morte, tal como não existe morte antes da vida. A única coisa que a morte faz é transformar vivos em mortos. Não transforma pessoas que não prestam em pessoas boas. São por isso completamente despropositados os discursos e elogios aquando de algumas mortes.
Mais do que a dignidade da morte, interessa sobremaneira a dignidade da vida. É a vida que tem que ser vivida, não a morte, e é em vida que se podem fazer mudanças que contribuam para o progresso, o desenvolvimento, o bem estar, ou seja, a dignidade.
Num mundo que se rege pelas aparências, a morte não foge à regra. Desde logo na forma de vestir o morto. Os estereótipos da vida prolongam-se pela morte fora. Mas sobretudo na forma como se gasta dinheiro com a morte. As agências funerárias são autênticas agências de viagens. E no fundo a viagem é tão curta, apenas até ao quintal que existe em quase todas as localidades e a que chamam cemitério.
As pessoas morrem acima das suas possibilidades. Se há os que vão a funerais apenas para serem vistos, há os que pagam funerais apenas para impressionar quem lá vai.
As aparências na morte reflectem as aparências com que se tentou mistificar a vida.


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A janela


Sexta feira.
O que era para ser um dia sossegado em casa, não o foi. Até a Lisboa fui. Gggrrr

Estou ainda em modo de formatação do disco. Preciso talvez de mais um dia, mas não será o de amanhã, pois a aula pratica do curso de fotografia vai ocupar o dia todo.

Quando estiver tudo a funcionar posso fechar a janela, e abrir a porta ao Linux.
"Humanidade para os outros" e "Sou o que sou pelo que nós somos" são traduções possíveis da palavra africana Ubuntu, nome dado ao sistema operativo que vou utilizar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O meio


Estávamos ali os dois parados no meio da ponte. A ponte era suficientemente larga para passarmos os dois, mas nenhum de nós o fez.
Não se tratava daquela típica estória em que só cabia um de cada vez, e após uma discussão e combate para ver quem passava, aprendem o conceito de cooperação e então um recua para deixar o outro passar, avançando depois em seguida.
Não, não era nada disso, era mais sério. Era uma história real e não daquelas patranhas pseudo-moralistas para fazer lavagem ao cérebro a criancinhas.
Na verdade não queríamos ir os dois na mesma direcção, era precisamente o oposto, cada um de nós queria ir para o seu lado da ponte.
O problema, há sempre um problema, é que o “meu” lado da ponte era o que ela queria. Haveria algum tipo de cooperação que pudesse resolver isso?
Não, cooperação não havia. O que havia era falta de paciência, que também resolve muitas coisas.
Há sempre um outro lado do outro lado do rio. “Outro lado” é apenas uma questão de perspectiva.
Foi para lá que me dirigi.


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O povo


Pobre povo, que já não é quem mais ordena.
Agora até o cozinham.
Em Castanheira de Pera.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Mau tempo


A noite caía, chuvosa, sobre a vila. Água que se juntava à água do mar, que engrossava as vagas que batiam com estrondo nas rochas. O vento, depois de correr junto à crista das ondas, empurrando-as contra a costa, abria as asas e levantava voo, açoitando então tudo o que encontrava pela frente: casas, árvores e pessoas.
Alguns pescadores, abrigados o mais que podiam da chuva, do vento e do frio, nada mais tinham para fazer que ocupar o tempo com conversa, fumando um cigarro para entreter a fome, e amaldiçoando o tempo que os impedia de chegar ao peixe-pão.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Carlos Batista Mendes


Sábado, 1 de Novembro de 2014, estive presente na sala do Recreios da Amadora na cerimónia de entrega dos prémios do 25º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora.


O texto deste link da RTP Notícias conta melhor do que eu o que se passou.



As fotografias são as imagens possíveis de tirar numa sala completamente cheia (e sem cartão de jornalista) o que equivale a dizer que foram tiradas sentado na plateia e muito perto do fundo da sala.


Curiosamente na tarde deste dia estive numa exposição de fotografia (Bryan Adams) com os restantes colegas do curso (de fotografia).
Se o Paulo Roberto, o nosso formador, visse estas minhas imagens chumbava-me já.


Parabéns Carlos.





domingo, 2 de novembro de 2014

Bryan Adams


Bryan Adams tem uma exposição de fotografias em Cascais. Não é dos meus músicos preferidos, embora tenha algumas músicas que acho interessantes. Dele tenho apenas o álbum "Unplugged".
Não pagaria para ver um concerto, mas pagaria para ver a exposição de fotos. Por sorte proporcionou-se ir vê-la sem pagar, no âmbito de uma visita do curso de fotografia.
Não sendo eu especialista em nenhuma das áreas, creio que as suas capacidades fotográficas se equiparam às suas capacidades como músico. Profissional, competente, apresenta um conjunto de fotografias interessantes. Nem todas são do meu agrado, mas gostei bastante de algumas delas.
Diria que ainda assim, prefiro-o como músico.