Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

domingo, 31 de maio de 2015

Sanita com amortecedor


Uma sanita com amortecedor: só evolui a tecnologia, as mentalidades continuam a mesma bosta de sempre.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Repuxo


Não se devem julgar as aparências.
O jardim está cheio, há Sol, está calor, o repuxo funciona e tem água.
Apenas por breves instantes teve o seu merecido momento de descanso.
A espera do fotógrafo compensou.

terça-feira, 26 de maio de 2015

O lobo afinal não é mau


- Avôzinho, para que são estas marcas tããão grandes?

- SÃO PARA EU VER BEM!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

domingo, 24 de maio de 2015

Os caminhos da simplicidade (4)


Where have all the flowers gone?
They turned to graveyards.
The only way to avoid this is disobey.
Is as simple as that.



Where have all the flowers gone, long time passing?
Where have all the flowers gone, long time ago?
Where have all the flowers gone?
Young girls have picked them everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn? 

Where have all the young girls gone, long time passing?
Where have all the young girls gone, long time ago?
Where have all the young girls gone?
Gone for husbands everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

Where have all the husbands gone, long time passing?
Where have all the husbands gone, long time ago?
Where have all the husbands gone?
Gone for soldiers everyone
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn? 

Where have all the soldiers gone, long time passing?
Where have all the soldiers gone, long time ago?
Where have all the soldiers gone?
Gone to graveyards, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn? 

Where have all the graveyards gone, long time passing?
Where have all the graveyards gone, long time ago?
Where have all the graveyards gone?
Gone to flowers, everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn? 

Where have all the flowers gone, long time passing?
Where have all the flowers gone, long time ago?
Where have all the flowers gone?
Young girls have picked them everyone.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

By Pete Seeger


sábado, 23 de maio de 2015

A sombra


Ele olhava, olhava, olhava, mas não havia ali nada para ver, além de ondas e mais ondas e mais ondas.
As mãos nos bolsos ajudavam a aconchegar o casaco, pois apesar de estar Sol, era ainda inverno.
Os pensamentos, sempre os mesmos pensamentos, teimavam em não o largar, e nem mesmo a brisa marinha os levava para longe.
Pelo tamanho e direcção da sombra, diria que era quase meio dia. Hora de almoço portanto. Era a única coisa que se aproveitava ali.


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Quarto crescente


Foi por uma unha negra que não chocaram os dois, à luz pálida e tímida da unha luminosa em que ciclicamente se transforma a Lua no seu deambular errante, constante e infinito, pelo espaço.
Um ia a entrar, o outro ia a sair e ali ficaram os dois, não porque por vontade própria o tivessem planeado, mas porque o destino a isso os conduziu.
O momento era propício a que se ouvisse o esvoaçar de um morcego ou o piar de uma coruja, mas apenas o matraquear constante de uma cigarra quebrava o silêncio. O um porque não tinha nada a dizer, o outro porque timidamente não sabia o que dizer.

O que ia a entrar entrou, o que ia a sair saiu, e a Lua ali ficou a derramar a sua pálida luz de quarto crescente.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

No campo


Que bem que se está no campo.
A tratar da horta, dos tomates, das favas.
Principalmente das favas.

terça-feira, 19 de maio de 2015

segunda-feira, 18 de maio de 2015

domingo, 17 de maio de 2015

Os caminhos da simplicidade (3)


Tantas marcas pela areia. Não são pegadas a maioria delas porque não são feitas por pés, são feitas por sapatos.
E era tão simples fazê-las com os pés descalços.

sábado, 16 de maio de 2015

Sereia


Alheio ao que me rodeava, ouço chamar mas não ligo, não é para mim, não deve ser para mim. O mar, as rochas, a falta de luz, a falta de nuvens, a neblina, concentravam a minha atenção e a minha irritação. As fotos estavam a ficar uma porcaria
O chamamento continuava e agora mais perto. Voltei-me e…
Aqueles olhos! Vai ser impossível esquecer aqueles olhos. De repente deixei de ver o mar, as rochas, a neblina, para passar a ver só aqueles olhos que falavam comigo.
A pergunta era idiota, mas embasbacado que estava nem a percebi e tive que pedir para repetir. Tenho a noção de que a minha resposta também não deve ter sido melhor.
Agradeceu e continuou o seu caminho, sem me dar tempo de fazer um comentário sobre os seus olhos. Aliás, mesmo que tivesse tempo duvido que o conseguisse fazer.
Fiquei a vê-la afastar-se. Confesso que não tirei os olhos do seu rabo até ela desaparecer, mas apenas para me certificar que não era de peixe.
Não era, e se dúvidas houvesse, as pegadas que deixou provavam que não era nenhuma sereia.


sexta-feira, 15 de maio de 2015

Águas de Março


Degrau a degrau começou a descida. Primeiro lentamente, uns pingos de cada vez, depois a pouco e pouco aumentando o caudal, até se transformar numa torrente que levava tudo à frente.
Foi assim a nove de Março de dois mil e quatorze.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Contagem crescente


Desculpem-me os escritores, mas os contadores têm uma vantagem substancial.
Com as letras podem-se dar asas a todos os sonhos, sussurrar todos os desejos mais recônditos, gritar todas as raivas incontidas, afogar todas as mágoas recalcadas, planear todas as fugas impossíveis.
Com os números pode-se fazer tudo isso e mais um.


quarta-feira, 13 de maio de 2015

Phoda-se


Um país de marinheiros e de mar, que cria uma praia urbana à beira mar merece o quê?
Merece por exemplo, ter a partir de hoje um achordo orthographyco, para regular a forma como se manda os dirigentes que temos, à putha que os paryu!


terça-feira, 12 de maio de 2015

Indecisão


Não me lembro de alguma vez ter subido esta escada. Nas várias vezes que aqui passei, fi-lo sempre a descer. Porém, o que é curioso, nunca vou ter ao mesmo sítio, de cada vez que lá passo vou sempre ter a um local mais abaixo, cada vez mais abaixo, como se um novo lanço se abrisse rumo às profundezas da terra a cada nova descida.
Deve ser problema meu com certeza, porque a escada parece-me normal.
Talvez que se eu a subisse…
Não me posso esquecer é que quanto mais se sobe, maior é a queda!


domingo, 10 de maio de 2015

Algazarra no jardim


Viveu-se uma verdadeira algazarra hoje no Jardim da Estrela. Era vê-los sem conseguir dormir nos bancos do jardim, ou deitados na relva.
A "culpa" foi da Kumpania Algazarra e seus convidados. 

sábado, 9 de maio de 2015

Os caminhos da simplicidade (2)


Temos raízes.
Raízes que não estão enterradas na terra mas que nos transportam no espaço e no tempo.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

quinta-feira, 7 de maio de 2015

TPC


Trabalho Para Casa: estudar com o metrónomo.
=&%$"#€@ estou a ficar com raiva deste aparelhinho :-(

quarta-feira, 6 de maio de 2015

STOP


É preciso parar enquanto é tempo, porque senão saimos no sítio errado.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Com tradição


O barco é de guerra, mas estamos em paz. E manda a tradição que “barco de guerra atracado, paspalhos a visitá-lo ao fim de semana”.
Havia de haver uma guerra, para esta gente que gosta da guerra e de guerras. E que os dizimasse a todos ou pelo menos quase todos.
Infelizmente isso não é possível, porque a guerra, tal como o Sol, quando nasce é para todos, e estariam também os inocentes envolvidos. E os inocentes, mesmo em tempo de paz, já sofrem muito.


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Dia de tempestade


Não se nota, mas está a chover. Não muito, mas o suficiente para molhar. Pergunto-me por onde andarão as gaivotas, Tempestade no mar, gaivotas em terra, diz o ditado, Talvez noutra terra, aqui nesta não estão.

domingo, 3 de maio de 2015

Um fio de água


“Apenas presa ao mundo por um fio de água morrente”
Carlos Tê em “Logo que passe a monção”

Não há nada, muitos quilómetros em redor. Apenas um fio de água, que serve para matar a sede ao raro viajante que percorre aquela estrada, deserta como a maioria das estradas do interior do país.
E não é por falta de água.


sábado, 2 de maio de 2015

As cores da imaginação


Nem sempre azul é o mar. Pode ter todas as outras cores, as que a nossa imaginação quiser.
Nem sempre grande é a distância, O que está para além da vista pode estar perto dos sentidos.
Nem sempre interminável é o tempo. Há coisas que acontecem mais cedo do que se espera.