Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

The Queen

                                           Mem Martins, 29 Novembro 2013

Que decepção apanhei hoje. Pensava eu estar um nível acima, imune a todo o tipo de crítica ou opinião, enfim livre, mas na hora da verdade fraquejei miseravelmente, não aguentei a pressão.

Estava tudo a correr bem comecei um poema, em inglês, arranjei até a foto que o iria acompanhar, acabei-o quase às duas da manhã e reli-o com satisfação por o ter escrito, quando de repente a realidade me bateu no ombro e disse:
- Olha lá, não podes escrever isso, estás maluco ou quê? Em primeiro lugar o caminho que queres seguir é impossível de trilhar, em segundo lugar todas as pessoas vão achar que estás completamente maluco, a necessitar de internamento.

Eu não acredito no impossível, mas a realidade acredita, e já me provou várias vezes que ele existe. Perante tal aviso voltei a ler mais uma vez o texto e tive medo. De facto a taxa a pagar por exibir tais sinais exteriores de loucura seria enorme.

De um momento para o outro fiquei sem o meu tema para o post de hoje. Fiquei sem vontade de arranjar outro, mas mesmo que quisesse seria muito difícil porque passei uma grande parte do dia metido dentro do carro. Resolvi portanto aproveitar o título e a foto e acrescentei este texto que é quase um pedido de desculpas à realidade.

Estúpido como sou não me deixo convencer facilmente, mesmo perante a realidade. Eu gosto mesmo, a sério. Por isso guardei-o, ao poema, tenho a secreta esperança de que possa vir a ser útil, e em último caso será publicado postumamente.


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O fogo

                                              Mem Martins, 30 Dezembro 2012

Verão, calor, sala fechada. Estão quase 30º.
- Não se pode com o calor, abre uma janela senão morremos assados.

Inverno, frio, lareira acesa. Estão quase 30º.
- Não abras a porta, para o calor não sair. Está tão quentinho.

Que mundo tão relativamente estranho.
Ou então enregelaram-se-me os neurónios.
Lareira não tenho…


quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O suicida

                                             Sintra, Ribeira de Sintra, 27 Novembro 2013

Olhou mais uma vez para o relógio. Os minutos passavam devagar mas passavam, disso não tinha dúvidas. Já ali estava há… nem se lembrava, tanto era o tempo que tinha passado desde que chegara.
O que não havia meio de passar mesmo eram as dores. Às antigas juntava-se agora a dor nas costas, de estar ali deitado há tanto tempo. As folhas pareciam macias à vista desarmada, mas esquecera-se que tinham por baixo pedras pontiagudas. Aparências, sempre aparências à sua volta.
De repente chegaram vozes aos seus ouvidos. Eram dois ciclistas.
- Manel olha ali um gajo caído, bora lá ver se precisa de ajuda.
- Até teve sorte que agora no inverno não passa o eléctrico.
Foda-se, pensou, até para se matar fazia merda.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

GT GDST



...Still not found what I am looking for...

Podia ser (e é) o verso de uma canção dos Moody Blues.
Podia ser (e é) a minha realidade de vida.
Mas no caso concreto é apenas a constatação de que, passados estes dias todos ainda não encontrei ninguém que tenha filmado na totalidade a actuação do nosso Grupo de Teatro. Assim sendo aqui fica o pouco (e mau) que consegui filmar.
Mea culpa, mea máxima culpa

E por falar de Moody Blues, não me canso de ouvir Dr. Livingstone, I presume
http://www.youtube.com/watch?v=wiIH6gvXQGc
...We're all looking for someone...

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Flor de Laranjeira



Agora que regressámos à normalidade, passado o stress e a ansiedade da nossa estreia, aqui fica uma pequena revelação: as "Conversas sobre o amor" tiveram como fonte inspiradora a canção "Flor de Laranjeira" dum grupo que considero dos mais extraordinários do panorama nacional, a Filarmónica Fraude, que posteriormente dariam origem a outro não menos extraordinário, a Banda do Casaco.

domingo, 24 de novembro de 2013

A mola

                                           Mem Martins, 21 Julho 2008

Era preciso qualquer coisa que segurasse bem, assim, com força.
Não necessitava de ser perfeito, ou inteiro, apenas que segurasse.
A mola da roupa, mesmo partida, cumpria perfeitamente.


sábado, 23 de novembro de 2013

O Sol das quatro e meia

                                           Porto, Ponte D. Luis, 19 Junho 2009

O Sol vinha em contramão, e encadeava quem se lhe cruzava pelo caminho.
O que se via olhando em frente eram apenas contornos, silhuetas em contra luz.
Até a água, verde, suja e baça mudava de cor, adquirindo uma tonalidade azul e brilhante.
Mas isso pouco importava. O Sol mudaria de posição, devolvendo às coisas as suas cores naturais.
E depois havia a ponte. Passá-la seria não uma fuga mas uma evasão. A ânsia de liberdade aqui tão perto.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A dona do vestido amarelo

                                                       Lisboa, 20 Novembro 2013

… 
- É a madrinha do noivo…
- Tanta coisa para dizeres só isso? Não a conheço mas já me tinha apercebido disso.
- Não me deixaste acabar…, chama-se Lucinda e foi minha namorada.
- Ah ah ah ah ah ah ah. Não consigo parar de rir. Já namoraste aquela bruxa? Ah ah ah ah ah
- Bruxa é a tua tia, pá!
- Ah ah ah ah, olha só o vestido! E os sapatos! E o penteado! Estavas sem óculos quando a encontraste? Ah ah ah
- Não sejas parvo, foi minha colega na escola.
- Colega de escola? Ah ah ah ah ah, andava na primária quando entraste para a faculdade, não? Parece ter menos uns quinze anos que tu.
- Ggrrr, eu pareço ter mais quinze anos? Obrigadinho ó grande amigo. Olha, quem está a ficar velho e surdo és tu, eu não disse colega DE escola, disse colega NA escola, conhecemo-nos no ano em que estive lá em baixo na escola da vila, é professora de música.
- Ah, deste-lhe música e apaixonou-se pelos teus dotes de cantor.
- Por acaso até foi ao contrário. Eu nem tinha reparado nela, uma vez já no segundo período eu ia a passar distraído a ler o livro de ponto e ela estava a esbracejar tipo maestro a reger uma orquestra, bem, deu-me um encontrão que aterrei em cima da máquina de fotocópias. Foi numa altura em que a sala de professores estava em obras, a máquina estava apoiada em cima de uns caixotes e quase caia dali abaixo, por sorte a parede estava logo atrás e amparou senão a queda tinha sido bem maior e teria entrado em despesas.
- Ah, então está explicado, na queda bateste com a cabeça, ah ah ah.
- Oh, deixa-te disso, olha ela é que me ajudou a levantar do chão.
- Oooohhh, que romântico, isso foi amor à primeira vista, não, espera aí que tu nem viste nada, foi amor à primeira cacetada, ah ah ah.
- Eh pá, a rapariga fez-te algum mal para estares só a gozar com ela?
- Eu estou é a gozar contigo burrrrro. Olha lá, então e porque é que acabaram?
- Ela depois foi colocada noutra escola, longe.
- E?
- E o quê?
- Isso é motivo?
- É, nem podíamos falar, foi quando me roubaram o telemóvel.
- Ok, tá bem, não queres contar não contes.
- Eu estou a contar, tu é que não queres acreditar.
- Desculpa lá, ninguém se separa só por uma coisa dessas. Tem de haver outras razões.
- Sim mas essa foi a principal.
- Ah! Ah! Eu sabia. Eu sabia. Afinal havia outra. Ora conta lá, vou-te psicanalizar.
- Tu vais mas é $%&£€@?#. Agora está na hora de irmos aos salgadinhos.


quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O vestido amarelo

                                            Lisboa, 20 Novembro 2013

Sabes quem é aquela ali do vestido amarelo?
Não.
Então senta-te aí, vou-te contar.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

O deserto

                           Cascais, Praia do Guincho, 15 Janeiro 2013

Deserto, terra do grande nada.
Não se avista vivalma. Avistam-se vivos mas não são almas.
O vento sopra com força, levantando turbilhões de areia, que afinal não passa de lixo acumulado nos passeios.
O sol inclemente obriga a semicerrar os olhos por baixo do turbante, em forma de óculos Ray-Ban comprados numa loja de chineses.
Os camelos caminham devagar sob o calor, todos iguais nos seus fatos cinzentos, aliviando a rédea com a forma de uma gravata, como manda a ministra.
Ninguém olha, ninguém vê, ninguém repara, todos seguem apenas e só a sua rota pré-definida.
De repente, avisto um oásis. No meio do grande nada deserto, alguém estende a mão a alguém.
Seria um acto de solidariedade sem dúvida, não fosse tratar-se de uma miragem. Era a gaja da EMEL com o papelinho da multa de estacionamento.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A parede

                          Cacilhas, 13 Outubro 2013

Quando olhou para cima deu de caras com uma enorme parede à sua frente.
“Mas como raio é que eu vim aqui parar”, pensou.
Não sabia, de facto. Fez o caminho quase todo de olhos postos no chão, não que estivesse triste ou cabisbaixo, nada disso, antes pelo contrário, como uma criança que não se importava de ser nem de parecer, vinha seguindo uma linha imaginária ao mesmo tempo que tentava não pisar as arestas de junção das lajes, o que fazia com que a progressão fosse tudo menos em linha recta.
Isto tudo enquanto cantarolava baixinho a última música que estava a aprender na viola. Aqui sim, importava-se com as aparências, não gostava que o ouvissem a cantar e que achassem que cantava mal. Não era por nada, era só porque de facto era verdade.

Agora em relação à parede…
Era alta demais para a poder ultrapassar. Só lhe restava voltar para trás. Mas para onde? Não sabia de onde tinha vindo. Para falar verdade nem sabia para onde ia. Quando se pôs ao caminho pensava apenas que iria ter a algum lado. E de facto foi. A uma parede.


domingo, 17 de novembro de 2013

O tempo


Tempo para mim são (ou eram) horas, minutos, segundos.
E também dias, meses, anos.
Hoje descobri que estava errado. O tempo não é nada disso, porra, é algo completamente diferente.

sábado, 16 de novembro de 2013

A peça

Hoje foi a nossa estreia. O Grupo de Teatro do Grupo Desportivo Santander Totta fez a sua primeira apresentação.

Que posso dizer? Não tenho palavras. Nem imagens.
Levei duas máquinas fotográficas, uma não tinha bateria suficiente para a filmagem da peça, a outra não tinha cartão de memória para tirar fotografias.

De resto, não foi mau de todo, estávamos nervosos, uns mais do que outros, mas a coisa acabou por correr bem. Dentro das circunstâncias, foi muito bom: a companhia tem seis meses de existência, a peça foi ensaiada em dois meses, o palco foi montado na véspera...

Na quinta do Andrade corre sempre tudo lindamente!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Place To Be



Place to be

There’s a place to be
But I don’t know where
I’ve been trying to see
I’ve looked everywhere.

There’s a place to be
And I must be strong
People are against me
But I can’t be wrong.

There’s a place to be
Everybody has one
A place for you and me
Where we can be alone.

There must be a place
I haven’t found it yet
Where I can see your face
A place I won’t regret.


Calendário


Amanhã, o lugar mágico onde tudo acontece.
IN

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A mão

                                      Mem Martins, 29 Outubro 2013

Não tinha onde se agarrar. Os dedos tacteando o vazio, abriam-se e fechavam-se no escuro do silêncio, como a boca de um peixe.
Aos poucos a cor foi dando lugar ao cinzento, a ausência de tudo o que alguma vez foi.


terça-feira, 12 de novembro de 2013

A aspirina

Bolas, hoje fartei-me de levar na cabeça, como me dói.


Ainda por cima “deram-me” mais quinze anos de permanência.
Poderei pensar por um lado “Só mais quinze anos?” ou então poderei considerar “Ainda mais quinze anos a aturar isto?” (“isto” é a vida que tenho actualmente).
Quem sou eu para dizer se é muito ou pouco. Acho que o importante é o que eu conseguirei fazer.
O que não me parece que seja muito.
Falta-me, como poderei dizer isto duma forma simpática, motivação.
O que na verdade valerá muito pouco.

Seja como for e quando for, In my time of dying espero que não toquem Led Zeppelin

http://www.youtube.com/v/yZgblTKscX0?

Gosto mais de Run with the wolf, dos Rainbow.

http://www.youtube.com/v/STQuHx2YUxs?

domingo, 10 de novembro de 2013

A ponte

                                        Tarouca, Ucanha, Ponte Fortificade de Ucanha, 17 Julho 2010

 O silêncio manso do vale apenas interrompido pelo canto dos pássaros e pela água a murmurar baixinho junto às rochas que ladeiam as margens do rio, foi agitado pela intempestiva chegada de um grupo de cavaleiros.
O som abafado do cavalgar na terra seca e poeirenta deu lugar, quando se aproximaram da ponte, ao estridente som metálico dos cascos contra as pedras da calçada.
Diminuíram a sua marcha, e avançaram reagrupados e em passo lento até ao pesado portão fechado, em frente do qual pararam.
Do alto da torre uma voz perguntou: Quem vem lá?
Um dos cavaleiros fez a sua montada dar um passo em frente e respondeu:
- Gente de bem, Dom Gualdim Espadachim, Senhor de Riba Monte, regressa a casa depois de ter dado uma lição aos infiéis de Além Rio, com a ajuda de São Tiago.
- Que os Céus vos tragam em Paz, respondeu a mesma voz. Porém conheceis as regras de passagem instituídas por Dom Venâncio Ganâncio, o senhor meu amo e dono destas terras?
- O saque que trazemos será suficiente para pagarmos o tributo que nos for exigido pela passagem, acrescentou o mesmo cavaleiro.

                                        Tarouca, Ucanha, Ponte Fortificade de Ucanha, 17 Julho 2010

O resto da história já é conhecido. Desde tempos imemoriais e até ao presente, com o apoio dos santos, os Gualdins saqueiam e os Venâncios extorquem as populações indefesas. Tudo gente de bem e tudo por causa da infidelidade.
Que, quer no seu sentido lato quer no restrito, será tema para outro dia.


sábado, 9 de novembro de 2013

A porta

                                                           Ucanha, 17 Julho 2010

Quando saíres fecha a porta, poder-se-ia dizer.
Mas, pode sair quem nunca verdadeiramente entrou?

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A janela

                                                 Alcoutim, 30 Julho 2010

Da janela vejo o rio
E o que está para lá dele.
Vejo um barco e sorrio,
Imagino que vou nele.

O vento que dá na vela
Empurra-me até ao mar.
Navego, que vida bela,
Já não quero mais voltar.

Vou p’ra longe do passado
Em busca de um futuro.
No presente, o nosso fado
Destrói-nos, não o aturo!

Há mais terras neste mundo
Que têm menos ladrões.
Só quero encontrar, no fundo
Descanso p’rós meus serões.

Adeus ó minha janela
Vou para outra cidade.
E tudo por causa dela
A puta da austeridade.



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Os cinco minutos que mudaram o mundo


Querida, estás pronta?
Só mais cinco minutos, ´mor.

17H45 Vê aí no jornal que filmes estão no shopping, apetecia-me ir ao cinema.
17H50 Sabes, afinal acho que prefiro ficar em casa, começa hoje uma série nova.

07H17 Aquece também uma caneca de café para mim.
07H22 O que me apetecia mesmo era chá.

10H04 Vens ao café? Vou, deixa-me só acabar este mail.
10H09 Olha, vai sozinha, estou à espera de uma chamada.

13H31 Depois do almoço podias ir comigo àquela loja de roupa.
13H36 Ah, olha, vamos amanhã, afinal agora não me apetece.

11H09 Agora não posso sair, quero por a roupa a lavar.
11H14 Sempre vais sair? Então anda que eu preciso de ir ao supermercado.

19H13 Agora não, não vês que estão ali os meus pais?
19H18 Dá-me um beijo, eles não estão a olhar.

12H40 Queres ir ao cinema amanhã?
12H45 E se fossemos antes a casa dos teus primos?

15H32 Está tão bom tempo, anda passear a pé.
15H37 Vamos voltar para trás, já estou cansada.

18H56 Querido leva-me ao centro comercial. Sim, eu sei que as tintas não podem ficar assim abertas e é chato teres de limpar os pincéis, mas é que preciso mesmo da blusa para amanhã sem falta.
19H01 Querido, deixa estar porque liguei à minha prima e ela tem uma do mesmo tom e empresta-me.

19H44 Querido vou só lá abaixo comprar tabaco.
19H49 É dos bombeiros? Ai, venham depressa por favor, o meu marido está pendurado na casa de banho; saí de casa há cinco minutos para comprar cigarros e ele estava bem
Não sei porque fez isto…


terça-feira, 5 de novembro de 2013

O passado

                                              Lisboa, algures numa rua, 26 Setembro 2013

Estava aqui a pensar que talvez não tenha sido bem assim. Não é que a memória me atraiçoe, não é a memória que me atraiçoa, o que acontece é que se desfocarmos um pouco o futuro, vemos com mais clareza o passado.

O passado precisa ser compreendido, é como se fosse uma lição.

Ah, então foi isso, naquele espaço de tempo, enquanto eu ia por aquele lado, na outra margem o trânsito estava muito congestionado...

Depois disso podemos então virar os olhos para a frente novamente e usar o que aprendemos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A sombra

                                                           Sintra, Praia Grande, 5 Julho 2013

Há quem não goste do Reino das Sombras. Eu também não gosto, sou anti-monárquico.
O que está mal no Reino das Sombras é o reino, não são as sombras.
Prefiro sombras que não prestam vassalagem.
O que seria da fotografia sem sombras.
O que seria da vida sem sombras.

domingo, 3 de novembro de 2013

A Fábrica de Mentiras

Ao toque da sirene
a Fábrica de Mentiras preparou-se para iniciar um novo dia de trabalho.
Espreguiçou-se, levantou-se, encaminhou-se para a casa de banho, lavou-se.
De volta ao quarto abriu a boca e os produtos começaram a sair da linha de montagem.

sábado, 2 de novembro de 2013

The Day After

                                               Viseu, 5 Setembro 2006

- Tens a certeza disso? Perguntou com a habitual voz calma e meiga.
- Sim, eu sei bem o que ela me fez, respondi.
Parou o que estava a fazer, aproximou-se e colocou o seu nariz a um palmo de distância do meu. A voz tinha um tom firme e tinha perdido a meiguice.
- Viste alguma coisa?
- Não, mas….
- Então se não viste nada, não sabes nada!
Ao dizer isto o seu nariz tinha-se aproximado mais ainda e estava quase colado ao meu. Não sei se era da proximidade, mas pareceu-me que gritava.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

De mochila às costas

                                               Mem Martins, 1 Novembro 2013

Pus a mochila às costas e dirigi-me para a saída.
Afinal não passava de uma entrada, numa vida nova.