Escritos na varanda

Imagino-me a escrever na varanda, ao fim da tarde, com o Sol a por-se no horizonte e uma bebida gelada ao lado. Como eu nem sequer tenho varanda, tudo isto é ilusão.
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sábado, 9 de janeiro de 2016

Do esquecimento


Lembro de ti o que não quero esquecer. Por vezes paro e pergunto-me porquê, porque é que eu não quero esquecer se não há nada para lembrar.
O vazio, o grande nada, foi o meio onde nos movimentámos. Tu seguindo o teu caminho, eu seguindo a minha ilusão. Por breves instantes cruzá-mo-nos. Tu continuaste o teu caminho, eu fiz de ti a minha ilusão.
Não há nada para recordar, mas ainda assim não te quero esquecer. São as ilusões que me mantêm vivo. O que mata mesmo é a realidade.


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Um céu cor de chumbo


Pode dar-se o caso de que as aparências iludam. Aparentemente não é bem assim. Trata-se apenas de uma desculpa esfarrapada dada pelo iludido para tentar justificar a sua ilusão.
“Ah e tal, vai chover, vamos ficar em casa”, justifica-se o iludido perante a cor do céu.
Permitir que a perspectiva de chuva impeça o sentido da vida, que é vivê-la na sua plenitude, mesmo à chuva, é abrir a porta a que outra justificação qualquer o faça. Basta que haja um mau exemplo primeiro.



quarta-feira, 19 de agosto de 2015

A fotografia


Parecia uma estrela que vinha a cair. Caiu tanto, tanto, tanto, que quase se esborrachava no chão. Por sorte parou a tempo.  Ou porque se acabasse a atração da gravidade ou por perícia do piloto, a coisa ficou ali parada a pouca distância do chão.
O único som que produziu foi um click semelhante a uma máquina fotográfica, após o qual se abriu uma porta de onde saiu uma coisa de dentro da coisa. À medida que avançava, mais e mais clicks se ouviam, como se as articulações estivessem todas a precisar de ser oleadas.
Parou a curta distância, levantou dois dos três braços em sinal de paz e disse:
- Olá! Chamo-me Diapositivo, venho do Planeta das Imagens e vou ensinar-te a tirar fotografias.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A ventania


Agitam-se as bandeiras e os pendões.
Notas agudas soam aos ouvidos, vindas de um trompete invisível.
Espera-se, olha-se, espreita-se. Nada.
Mas, afinal não vai passar alguém importante?
Não, os alguéns importantes deste mundo agora fazem-se anunciar pelas sirenes da polícia.
É o vento, senhores. O vento que à sua passagem tudo faz tremer, criando ilusões de óptica e produzindo sons de uma sinfonia sempre inacabada.


domingo, 22 de junho de 2014

Ilusão


A vida toda é uma ilusão dos sentidos. E às vezes também do pensamento.
Na verdade não sei se o que nos ilude mais serão os sentidos ou o cérebro. Não há estatísticas a esse respeito.

Quantas vezes o que parece não é. E quantas vezes temos um pensamento ou sentimento a respeito de alguém, para depois chegarmos à conclusão que estávamos iludidos.

No caso concreto deste exemplo, a árvore "enorme" que aparece na imagem, não passa de um arbusto que me chega pouco acima do joelho.

Tudo merece ser analisado com cuidado para não haver ilusões.